quarta-feira, 29 de junho de 2016

Pintando a lei interior das coisas

De
OBRAS COMPLETAS DE SU TUNGPO
Su Tungpo
 1035-1101
          Tenho mantido, com relação à pintura, a opinião de que homens e animais, edifícios e estruturas têm uma forma material constante. Por outro lado, montanhas e rochas, bambus e árvore, ondulações de água, fumaça e nuvens não têm forma constante (shing), mas têm un constante espírito interior (li). (...) Pode-se dizer que as pinturas de bambus, rochas e árvores secas feitas por Yuko  (Wen Tung, aprox. 1019-1079, primo de Su Tungpo) verdadeiramente captaram o espírito íntimo dos objetos. Ele compreende como tais coisas se desenvolvem e decaem, como se retorcem e voltam, como às vezes são cerceadas e comprimidas, e como  prosperam e progridem em liberdade. As raízes, hastes, juntas e folhas  experimentam varições infinitas, seguindo ritmos diferentes, umas independentes das outras. Todas são, contudo, verdadeiras com respeito à natureza e completamente satisfatórias para o espírito humano. (...)

sábado, 25 de junho de 2016

Pintura Lih- hua (1565-1635)

De
Miscelânea do Salão do Pêssego Purpúreo (Tsetaoshien Tsatuo)
          O pintor deve compreender a regra do dar-e-tomar."Tomar quer dizer apreender e esboçar o tosco contorno das coisas. Embora seja importante que tais pinceladas sejam firmes, a grande coisa de tais pinceladas, porém, é certa leveza de espírito - continuando-se nuns pontos e interrompendo-se em outros.(...)
          Deixa a pintura desenvolver-se como nuvens a flutuar, velejando pelo espaço e rodeando rochedos, espalhando-se aqui e obstruindo ali a luz do sol, com espontaneidade completa. É esse o meio de conseguir um efeito de natureza. Assim dará certo. (...)
           (...) desembaraça-te dos pensamentos de fama e proveito e adota uma concepção de vida culta e desprendida (...).
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Caligrafia
          Ao escrever caracteres, deve-se conservar o espírito calmo e sentir-se impregnado de uma atmosfera de bem-estar, que se dirige para a ponta do pincel. Assim a escrita flui como suave brisa, ou pesponteia como chuva mansa, ou chicoteia como uma catarata, ou se detém e é grave como cacheados e retorcidos pinheiros coléricos. Vai depressa ou devagar, como a situação o exigir, espraiando-se ou cortando-se, nem uma só vez transgredindo o estilo dos modelos antigos O espírito torna-se o amo, fazendo o que lhe apraz. (..)
       

sábado, 18 de junho de 2016

A Cidade Curva

Anônimo
          "Em todas as artes e indústrias, em todos os negócios e nas relações humanas, a combinação de retas e curvas produz os melhores resultados. No tiro com setas, o arco é curvo, mas a flecha é reta.  Num barco, o mastro deve ser reto, mas as velas devem curvar-se. Na pesca, a linha é reta e o anzol é curvo.  O carpinteiro e o pedreiro têm o fio a prumo e a régua T, mas também os compassos. Às vezes é melhor dar uma sugestão do que um conselho franco a um amigo, e os reis e governantes podem ser levados a ver melhor o que expomos por uma analogia velada e indireta, do que por uma advertência direta. (...)
Do livro A Importância de Compreender  de Lin Yutang

edifício de Shanghai


detalhes do farol do porto de Shanghai