sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Criatividade

          A criatividade dos adultos pode ser exercida em três níveis:
          No estado desperto, em que a pessoa "sonha acordado", reúne elementos díspares para organizar uma idéia criativa. Todos têm essa capacidade, do mais sofisticado engenheiro ao simples ajudante de pedreiro. Todos podem encontrar soluções originais para seus problemas, desde que permaneçam com a mente em estado receptivo, as idéias virão da pluraridade de canais sutis que sustentam a própria vida a que a humanidade está ligada.
          Porém, como se trata de uma elaboração mental, a criatividade neste nível não tem ética. Um ladrão pode exercê-la tão bem quanto uma freira casta; não tem lugar, e até mesmo dentro de um trem lotado alguém pode estar engendrando um plano político criativo que venha a mudar a face de um país.
          Já o estado "execução" diferencia-se quando exercido em grupo ou individualmente.
          O grupo é um corpo cambiante que trabalha com idéias diferentes e que tenta harmonizá-las e conduzí-las à prática. O processo requer avanços contínuos em compreensão e sabedoria; quanto mais flexível o grupo,  aproveita melhor as boas soluções e maior chance tem de êxito. É o caso de grupos teatrais, cinema, agências de propaganda, etc.
          Mas o artista que trabalha sozinho conta apenas com sua bagagem física e psíquica, emprega corpo e mente numa só direção. Tem uma luta solitária para dominar os processos de execução, do projeto ao resultado, passando pelo inesperado. O fator cultural também interfere, porque um desenhista habituado a trabalhar nos moldes clássicos ocidentais ( perspectiva, anatomia, observação direta da natureza) pode levar algum tempo para estabelecer relações harmoniosas numa nova experiência estética - caso  Paul Cézanne e o Monte  sainte Victoire. Cada desenhista tem  seu limite, e precisa trabalhar duro se quiser modificá-lo.


          Neste nível a criatividade tem ética, que se revela na consciência da pessoa lúcida.Todos podem calcular as consequências boas ou más de suas ações.. Enganar-se nesse caso pode ser extremamente prejudicial para si e para os outros. - caso de artistas que se arrependem de certos papéis e de filmes que induzem a revoltas e crimes.
          No estado onírico a criatividade exerce-se livremente, e a pessoa tem todo tipo de experiências sem inibições.  " Só no reino dos sonhos o artista encontrou plena liberdade de criar " diz E. H. Gombrich. No caso de ter algum problema físico, ele pode projetar-se de forma simbólica nos sonhos. E se a pessoa está bem de saúde física e mental ( equilibrada e harmoniosa) pode ter experiências de altíssimo nível de criatividade ( áreas sutis), que superam em muito - em beleza e profundidade-  as realizações dos níveis anteriores.
          As crianças transitam sem distinção pelos três níveis: ( pensar / viver / sonhar) é uma única experiência que se desdobra continuamente. Suas criações são registros desse estado singular, por isso devem ser preservadas na íntegra, e protegidas de influências negativas que o convívio em sociedade eventualmente possa trazer.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Visita ao museu do Oratório

          Quem passeia pelas ladeiras íngremes e ruas estreitas de Ouro Preto (MG) pode observar toda a riqueza que outrora ostentou a antiga Vila Rica: os chafarizes, as igrejas, o casario com sacadas de gradis trabalhados em desenhos primorosos que são o orgulho daquela cidade.
          Mas visitar o Museu do Oratório, situado no adro da Igreja do Carmo é algo especial porque nele vê-se que cada oratório tem uma origem, destinação e artesania diferentes um do outro.

          Os oratórios eruditos , muito elaborados em sua ornamentação, recriam em madeira as curvas reversas dos pórticos em pedra-sabão das igrejas rococós e barrocas da cidade.
         E as imagens em madeira evidenciam a técnica apurada que utilizavam os mestres santeiros nos séculos XVIII e XIX: corte da madeira na lua minguante, entalhe, infusão em ervas para refinar as resinas, secagem, cobertura de gesso e argila, pintura sobre o douramento e raspagem para definição dos motivos ornamentais (  tudo no seu tempo certo...).
          Os oratórios-concha reúnem sob redomas um rendilhado de tecidos em forma de flores e miudezas entremeados de motivos do mar de grande delicadeza.
          As ermidas e oratórios de salão impressionam pelo porte de armários com talha requintada e cobertos de pinturas de  motivos religiosos; entre esses um oratório com pintura atribuída ao Mestre Ataíde.
          Oratórios de quarto  ( que serviam de capelas em propriedades rurais longe das vilas) para ofícios católicos; oratórios afro-brasileiros elaborados com elementos simbólicos que uniam a religião católica e as religiões oriundas da Àfrica apresentam singular expressão de reconstituição cultural.
          Muito interessantes os oratórios de viagem: os  pequeninos oratórios de algibeira ( que iam no bolso), muito práticos para quem andava a cavalo e mula; oratórios de esmoler que iam pendurados no pescoço dos padres mendicantes; e o oratório de arca que encerra todo o aparato da missa(cálice, patena, etc) e quando aberto se transforma em capela itinerante.
          Testemunha ímpar da criatividade do povo brasileiro, nas palavras de Angela Gutierrez:
" (...)mais que a exposição dos objetos de fé, temos uma mostra de caráter antropológico e afetivo, com cenas típicas onde o uso do oratório reflete o imaginário brasileiro".






------------------------------------------------------------------------------------------------------
          Sugestões para atividades artísticas  para crianças:
  • pesquisar a iconografia dos santos católicos
  • pesquisar desenhos de pórticos
  • reunir todo tipo de objetos pequenos, conchas , flores, sucata, tecidos, papéis coloridos, e construir  caixas- surpresas.
  • garrafas pet para redomas

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Visita ao conjunto arquitetônico do Largo da Carioca

          Vale a pena subir a escadaria do Convento de Santo Antônio (1608-1620) no Largo da Carioca do Rio de Janeiro. Dali pode-se observar a paisagem que se transforma constantemente com o desenvolvimento da cidade desde a sua fundação, mas ainda pode-se ver o Pão de Açúcar. O artista francês Nicolas Taunay pintou-a em 1816.
          O convento de Santo Antonio testemunha a história do Rio de Janeiro desde quando os monges defenderam a cidade das invasões francesas.



          Na fachada, num nicho, encontra-se a imagem de Santo Antonio de fora, que está ligada às tradições do folclore português, e que recebeu aqui soldo militar pago ao convento  até 1911.
          No interior da pequena igreja, as pinturas do teto são cenas da vida de Santo Antonio; e a capela-mor resplandece  com talhas ( em madeira) douradas, relevos florais e colunas torsas.
          Os bustos dos Dezoito Mátires, frades franciscanos matirizados no Japão no séc. XVII, pintados na entrada, mostram a missão internacional da Ordem. A igreja possui também a  estátua de Bom Jesus da Cana Verde trazida de Portugal no séc. XVII.
          Na sacristia, os arcazes esculpidos em jacarandá são obra do marceneiro português Manuel Alves Setúbal ( 1745); a mesa onde foi redigido o manifesto do "Fico"; azulejos portuguêses ( que vinham como lastro de navio)  descrevem  o milagre da cura de um cego por Santo Antônio.
          O Museu de Arte Sacra ( que também integra o conjunto)  possui interessantes imagens de roca que eram levadas em procissões pela cidade.

          A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência (1657-1747), ao lado, possui delicadas talhas com douração requintada cobrindo as paredes laterais e que são obra do português Manoel de Brito.
          O Cristo Alado ( "seráfico" pois possui 3 pares de asas) que abre os braços para receber São Francisco é excelente obra do escultor português Francisco Xavier de Brito ( 1735).

          O  piso de  de mármore com curvas pronunciadas em cores preto, bege e laranja revela  outra vez a ênfase distinta do barroco.
          Mas o mais impressionante é a pintura do teto da nave, Apoteose de São Francisco, pintada entre 1734- 1736, e que é considerada a primeira pintura em perspectiva ilusionista feita no Brasil; é obra do artista português Caetano da Costa Coelho. São Francisco está representado no céu ( vista frontal), entre nuvens e anjos, enquanto embaixo, numa bancada de construção ilusória, eclesiásticos estudam a Bíblia em orações.






         
          Sugestões para atividades artísticas relacionadas:
  • Trabalhar o movimento acentuado ( curvas reversas e inversas, ovais) em colagens.
  • Produzir relevos em papel machê e cobrir com folhas de papel dourado ( inspirados no barroco brasileiro).
  • Padrões de azulejos figurativos e abstratos.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Visita ao Museu Castro Maya

          Quem vai ao bairro de Santa Tereza no Rio de Janeiro não pode perder a oportunidade de visitar a Chácara do Céu. Além de uma ampla vista que se descortina sobre o centro da cidade, o museu possui um acervo rico em obras do Extremo- Oriente.

          Vasos de cerâmica, serviços de jantar em porcelana da China de extrema delicadeza e com uma policromia de flores, frutos, personagens, formas funcionais e brasões. É a arte decorativa de um povo , que sem ter o respaldo intelectual das cortes, testemunha uma alma cultivada, na busca de harmonia e equilíbrio do Agir Total, sabedoria milenar da filosofia chinesa.
          Biombos chineses e japoneses (de madeira e laca, com pinturas sobre papel ou tecido e ouro) com belíssimas paisagens de seus países nos séculos XVII e XVIII.
          Uma coleção de xilogravuras japonesas de Hiroshige de paisagens tratadas com inteira liberdade de composição.
          A escultura em mármore de cabeça de Kanon ( o Buda da Compaixão) da China dos séculos XII-XIII representada de olhos semi-abertos para ver os sofrimentos dos homens e saná-los; o   torso do Buda Muchalinda  ( rei das Serpentes Nâga) do Khmer dos séculos XII-XIII de olhos fechados mostra introspecção, alma em meditação voltada para Deus --- são preciosidades da Coleção Castro Maya.
          Além de pinturas impressionistas francesas do século XIX, o museu possui rico acervo de aquarelas de Jean Baptiste Debret, o pintor francês que esteve no Brasil servindo à corte portuguesa no século XIX. Ele retratou a vida cotidiana da cidade do Rio de Janeiro (corte, escravos, viajantes, comerciantes, clero, etc) como reporter de um tempo em que não existia a máquina fotográfica.

          Imperdível para turistas, pais e professores que desejem dar oportunidade a seus alunos de conhecerem arte da melhor  qualidade, incentivar pesquisas sobre os artistas e suas  técnicas , além da própria arquitetura do lugar.
          "(...) para o pensamento chinês, o DAO é a lei das mutações entre o Yin e o Yang, e toda arte(...) consiste em suscitar o movimento criador, pela oposição dos contrários (...)
          Nicole Vandier- Nicolas
          "Art et Sagesse en Chine- Mi Fou"

Sugestões de atividades em classe de educação artística ( pesquisa e atividade prática):
  • Trabalhar formas inversas, semelhantes e opostas, preto e branco, cores complementares em desenhos e pinturas.
  • Xilogravura
  • Pequenos biombos com varetas
  • Aquarela: pintar a Moda do séc. XIX, desenhos inspirados na porcelana chinesa, paisagens.


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Educação Artística

          A educação artística para crianças e adolescentes é uma disciplina que orienta a reflexão sobre as artes em geral ( artes plásticas e visuais, teatro, literatura, dança, música etc.), o intercâmbio entre elas  e seus desdobramentos nas culturas erudita e popular.
          Para orientar essa reflexão precisa o professor prepara-se bem. Estabelecer uma espécie de " compromisso eterno" com a Arte, isto é, cultivar pensamento constante e profundo em relação às obras dos artistas, às suas próprias criações e as de seus alunos. Ler bons livros de História da Arte, frequentar exposições, debates. Deve ir ao teatro, ouvir músicas de boa qualidade, manter a curiosidade sobre as novas tecnologias e as manifestações artísticas contemporâneas.
          Acima de tudo precisa gostar do que faz, pois só pode despertar interesse pela arte o professor que tornou-se por seus próprios esforços apreciador costumeiro, bastante habilitado e que trabalha com amor.
          O corpo da escola ( grupo, abrigo, centro cultural, orfanato) flexível para acatar manifestações artísticas nas dependências comuns; os pais conscientes de que os "passeios" a museus são importantes para o desenvolvimento dos alunos; o espaço físico ( sala, armários, materiais) bem localizado e suprido de tudo o que é necessário faz toda a diferença.
          Então, quando tudo estiver bem planejado, pode o professor iniciar o projeto artístico, que poderá estar inserido num grande projeto comum de tema aberto com a escola, ou não.
          Que leve  para a sala uma obra de arte, convide um artista ou artesão para falar de seu trabalho, ou faça uma visita a uma exposição. Isso desencadeará os processos necessários para o desenvolvimento das atividades.
          A prática da observação minuciosa suscitará questionamentos que terão respostas nas pesquisas que as crianças farão por internet ou nas bibliotecas locais. As pesquisas podem vir na íntegra, e serão lidas  e debatidas em classe como "descobertas" que as crianças fizeram.   Daí pode surgir o legítimo desejo de fazer experimentações com as técnicas com as quais tiveram contato. Esse será o trabalho prático ( proposta triangular).
          O professor deve orientar criações para datas comemorativas somente  quando isso estiver de acordo com o projeto desenvolvido por seus alunos no momento.
          Conforme com o pensamento de Erich Fromm no livro  "Psicanálise e Religião":
            " O homem deve ser independente e livre, um fim em si mesmo, e não um meio para os objetivos de outra pessoa. Deve relacionar-se  aos semelhantes pelo amor, pois se não dispõe de tal capacidade, torna-se uma casca vazia, mesmo que possua poder, riqueza e inteligência"
      

domingo, 11 de novembro de 2012

Oficina da Palavra

          A oficina da palavra reúne jogos coletivos, brincadeiras e atividades que enriquecem as linguagens oral e escrita das crianças após a alfabetização. Se usada em pequenos grupos de até 15 crianças, dá melhores resultados; deve-se trabalhar em torno de uma grande mesa ou 4 pequenas mesas unidas. O professor orientador precisa lembrar que estará lidando todo o tempo com sensibilidades, com personalidades em formação. Assim, usar de gentileza, promover clima de confiança e afeição é essencial.

Atividades de linguagem oral

1- Jogo da cartomante e consulente:
          Improvise um turbante com um lenço de cor vibrante; recorte uma cartolina em forma de umas 30  cartas de baralho e reserve; recorte figuras sugestivas( que lembrem viagens, objetos, pessoas, festas, trabalho, etc) de revistas velhas, cole em um dos lados das cartas.
          Atividade:
          Escolha uma dupla para serem a cartomante e a consulente; a cartomante vai colocar as cartas para a consulente, dispondo em forma de cruz 3 na cabeça, 3 no coração, 3 nos pés; 3 à esquerda, 3 à direita viradas para baixo.
          A cartomante então desvira as cartas e diz a sorte da outra criança de acordo com o que vê.
          O orientador vai corrigindo a linguagem oral. Atenção: mesmo que as crianças peçam, o orientador nunca deve dizer a sorte de ninguém; porque isso pode influenciar
Normalistas treinam o Jogo da Cartomante para usarem posteriormente em sala de aula

2- Narrativa continuada:
          Viagem de trem ( ou ônibus) narrada oralmente.
          O trem partiu e....
          Uma criança deve continuar a narrativa, acrescentando mais acontecimentos e detalhes conforme mandar sua imaginação; o orientador interrompe e passa a palavra a outra criança assim sucessivamente; corrigir a linguagem oral.
3- Baú de sonhos:
          O orientador desenha vários baús no quadro negro; depois pede que cada criança relate oralmente um sonho para guardar no baú; escreve o título do sonho dentro do baú; corrigir a linguagem oral.
4- Jogo dos provérbios:
          Preparação: recorte vários cartões em cartolina; em cada um escreva um provérbio;
          Apresente às crianças todos virados para baixo; elas devem escolher apenas um e tentar explicar o que significa; o orientador corrige a linguagem oral.
          Ex: Quem cochicha o rabo espicha; quem procura acha; quem muito fala dá bom dia a cavalo; longe dos olhos longe do coração.... etc.
5- A frase incompleta:
          Preparação: escreva em cartões frases incompletas; apresente às crianças todos virados para baixo; cada criança escolhe o seu, desvira e vai completar a frase e prosseguir a narrativa oralmente.Ex;
          De manhã, peguei a mochila e saí...
          Ontem estava com vontade de tomar sorvete, então...
          Levei um susto no dia.....
Corrigir sempre a linguagem oral.
Criação de textos
1- História ilustrada:
         Preparação: recorte de revistas muitas fotos sugestivas;
         Espalhe todas sobre a mesa grande; peça que as crianças escolham as que mais lhes agrade; depois peça que escrevam pequena história sobre duas ou três dessas fotos.
Corrigir a redação.
2-Composição com palavras associadas:
          Peça que as crianças escolham uma palavra; escreva essa palavra no quadro posicionando  uma letra embaixo da outra; peça que digam palavras associadas; elas devem então fazer um texto em que se encontrem essas palavras; também pode ser uma redação coletiva ditada pelas crianças.Ex: CIDADE
C- casa cama cinema
I - ilha
D- dono dinheiro
A árvore água
D - distância
E - espaço espigão escola
3- Fábulas:
          Preparação: recorte fotos de animais de revistas;
          Peça que as crianças escolham 2 ou 3 animais; em seguida podem fazer uma pequena história com esses animais; corrigir o texto.
4- A palavra estranha:
          O orientador procura no dicionário uma palavra muito estranha, de difícil elucidação de sentido pelas crianças; ex: dacriorréia, pogonóforo , tubã, etc
          Depois pede que escrevam um pequeno texto em que apareça aquela palavra;quando todos acabarem,  as crianças lêem oralmente..
          Finalmente o orientador pega o dicionário e decifra o sentido  exato da palavra, o significado verdadeiro.
5- Salada ficção:
           Preparação :o professor lê ou conta vários contos de fadas e fábulas para as crianças durante o ano letivo;
          Depois de alguns meses, pede que as crianças inventem uma história misturando esses contos de fadas.
6- Listas ( ações) :
          O professor relaciona no quadro:
objetos / personagem/ ação/ lugar
em seguida preenche as listas com palavras ditadas pelas crianças sempre relacionadas entre si em cada uma das linhas; como atividade as crianças devem escolher uma das linhas para contar a história ali sugerida.
7-Listas: ( a qualidade das palavras)
          O professor pede que as crianças relacionem oralmente palavras :
feias / curtas/ compridas/ más/ gentis/ cor de rosa/ apagadas/ apimentadas/ etc.
e vai escrevendo no quadro negro as listas;
          Depois pede que as crianças escolham uma dessas palavras e façam um pequeno texto.
8- Listas ; ( binômio fantástico)
        O professor escreve no quadro duas listas de coisas ditadas pelas crianças; depois une aleatoriamente as palavras da primeira lista com as palavras da segunda lista, criando assim um binômio fantástico. Ex:
pirulito-poste
cama-avião
sorvete-camarão
etc.
Em seguida pede que escolham um dos binômios e façam um pequeno texto.
9- Listas: (prefixo arbitrário)
          O professor relaciona no quadro uma lista de prefixos; ex: bi, des, tri, micro, maxi, pro, pre, extra, contra, vice, trans, etc.
          Depois pede que as crianças ditem uma segunda lista dizendo nomes de coisas; em seguida une as duas listas criando palavras inusitadas.Ex:tripinico, bisapo, microsaudade,extraburro, desmochila, translixo, etc
          Devem então escolher uma das palavras e escrever um texto.
                              --------------------------------------------------------------------
          A oficina da palavra tem sua culminância no final do ano, quando a criança criará um livro com o texto escolhido por ela entre os que ela inventou durante o ano.



          

         

          Exposição dos livros e comemoração são apropriadas. As crianças podem fazer os convites. Vale a pena festejar.



Alunos da Escola Elisiário Matta (Município de Maricá) preparam a Oficina da Palavra / 2013
Pedagoga: Maria de Lourdes Germano
Projeto da Oficina e artista convidada: Angela Cacicedo

domingo, 4 de novembro de 2012

Teatro e teatrinho

          Parece que o Teatro de adultos (drama, comédia) não interessa diretamente às crianças.
          No entanto, o Teatro feito por adultos e direcionado ao público infantil é uma das melhores formas de enriquecer a experiência das crianças. Nele encontram-se expectativa, surpresa, poesia, bom humor, problemas e soluções na medida certa da compreensão infantil. O Teatro alimenta o mundo mágico de fantasia e de sonho. O Circo também continua sendo uma das melhores diversões.
          Porém, o teatrinho feito pelas próprias crianças trabalha a experiência direta, o que é muito gratificante para elas.
          Pode-se preceder esta atividade com um exercício de sensibilização, dramatização a escolher:

1- Jogo do boneco:
 Peça às crianças que imitem um boneco inflado que se esvazia; depois enche, depois esvazia, etc

2- Jogo do bastão:
Com o auxílio de um bastão, peça a uma criança que o utilize em alguma representação. As outras crianças devem adivinhar o que o bastão representa  (ex: espingarda, muleta, corneta, cassetete, etc,)

3- Jogo das profissões:
Peça que uma crianças imite com gestos uma profissão. As outras crianças devem adivinhar de que profissão se trata.

O teatrinho ( para crianças de 7 a 12 anos) prepara-se em etapas:
a- Elaboração dos personagens
b- Ficha dos personagens
c- Diálogos
d- Representação

                                                       Elaboração dos personagens
          Para teatro de fantoches utilizar meias coloridas com botões ou olhos de bichinhos de pelúcia, cabelos de lã e outros materiais. Ensiná-los a pregar os detalhes ou pintar com caneta olhos nariz e boca..
          Será representado sobre a mesa.
------------------------------------------------------------
          Para teatro de vara pedir que desenhem cada um seu personagem na cartolina, recorte em volta, copie o mesmo molde em outra cartolina, desenhe as costas do personagem. Colar frente e costas com uma vareta de churrasco no meio.
          Será representado atrás de um pano jogado sobre um bambu ou trave de madeira presos na extremidade.
------------------------------------------------------------
          Para teatro de sombras, pedir que desenhem cada um seu personagem na cartolina; recortar o contorno por dentro e colar papel celofane colorido nos espaços vazados. Cuidar para deixar lugar onde colar  uma haste de papelão ou vareta que sustente o personagem na vertical e a vareta na horizontal.
          Será representado numa caixa de papelão vazada no fundo, tipo tela de televisão, e com papel manteiga branco  no lugar da tela. Um foco de luz atrás.
----------------------------------------------------------
          Para teatro de livre criação apresentar diferentes materiais às crianças ( algodão, bombril, pano, papel dourado e prateado de embalagens, lã, barbante, e outros) e pedir que cada um elabore seu personagem, utilizando esses materiais,
          Será representado sobre a mesa.


---------------------------------------------------------------
          Para teatro de figuras gigantes de Olinda encher uma bola de festa para ser o rosto, cortar um colarinho de cartolina para ser o pescoço; cobrir a bola e o colarinho juntos com pedaços de jornal em várias camadas; deixar secar; no dia seguinte cobrir com massa corrida, fazendo formato de olhos, nariz e boca; esperar secar e pintar com tinta plástica. Quando  bola esvaziar, encher com jornal, meter um cabo de vassoura; pregar os ombros em cruz; roupas de pano de acordo com o personagem. Encher luvas no lugar das mãos. Fazer um furo na cintura para que a criança enxergue quando se meter por baixo.
          Será representado ao ar livre.
-----------------------------------------------------------------
          Para teatro em que as próprias crianças se tornarão seus personagens, apresentar diferentes acessórios (chapéu, máscara, peruca, vestidos longos e curtos, tiara, bolsa , sandália, cachimbo, coroa, violão, cesta de flores e frutos de plástico, etc.) e deixar que elas próprias inventem seus personagens.
          Será representado sobre um tapete grande ou pequeno palco, caso haja disponível.

                                                 Ficha do personagem
         
          Na ficha as crianças podem escrever:
nome do personagem
idade
onde mora
o que come
o que faz
de que é feito
          Se o teatro se propuser a representar personagens de uma história lida ou contada anteriormente, então dispensa-se a ficha pessoal.


                                                          Diálogos
          Para facilitar a elaboração dos diálogos, o orientador pode escrevê-los, enquanto as crianças inventam, procurando sempre dar sequência lógica à história. Depois reler alto o que ficou acertado e separar as falas de cada criança.
          Todas as etapas são importantes; não tenha pressa; só passe à etapa seguinte quando todos tiverem terminado.

                                                        Representação
          Faça uma única representação como culminância. Permita que modifiquem as falas, se quiserem e termine assim que sentir que as crianças estão cansadas.

                                             Apresentação para público
          Pode ocorrer que as crianças estejam muito empolgadas e queiram apresentar o teatrinho para os pais. Nesse caso, permitir somente que os  pais e pessoas muito próximas estejam presentes.
Não convidar público e jamais cobrar apresentação.


Alunos do Curso Normal da Escola Elisiário Matta (Maricá) preparam a Oficina da Palavra e Personagens para Teatro / 2014