quinta-feira, 9 de abril de 2015

Visita a inhotim

          Da rodoviária de Belo Horizonte até Inhotim leva uma hora e meia de ônibus.  O parque abriga obras de arte contemporânea , cronstruções que mesclam estruturas arquitetônicas, esculturas e projetos inovadores  edificados em meio à luxuriante vegetação, em galerias coletivas ou obras individuais.

          Entre os trabalhos que interagem com a natureza estão:
          A instalação de Rivane N. Wander "Continente Nuvem " 2007, encerra  pequenas bolas de isopor que criam nuvens cambiantes sobre o teto da construção, engendrando um movimento infinito, ilusão que atrai e fascina o olhar.
          "Passarinhos de Inhotim a Demini" 2003-2008 de Adriana Varejão é uma ampliação da instalação "Pássaros da Amazônia", e consta de uma bancada de azulejos pintados à mão, com representações de pássaros brasileiros. A instalação de Inhotim tem acrescentadas representações de espécies nativas da região mineira. Do terraço pode-se vislumbrar magnífica paisagem, enquanto ouve-se o chilrear dos pássaros.

          A obra "Bisected Triangle" Interior Curve 2002, de Dan Graham , construída com vidro espelhado e aço inoxidável, propõe uma interação entre  arquitetura e  escultura, mistura o dentro e o fora, e a transparência  resultante estabelece a ligação da obra com o espaço circundante.


          Já Cristina Iglesias com " Vegetation Room" , além de fazer o espelhamento da floresta do entorno, através dos  reflexos do material, a artista propõe um labirinto de relevos inspirados na mata, que conduzem a uma fonte natural, onde pode-se apreciar ouvir o jorro contínuo da água sob os pés.

          A instalação "Penetrável Magic Square n. 5 " de Hélio Oiticica , com paredes de cores vibrantes, faz um contraste com  os verdes da mata ao redor. Propõe jogos de luz e sombra, efeitos múltiplos proporcionados pela claridade do sol, e variações climáticas, enquanto convida para diferentes pontos de observação.

           Em espaços semi-abetos  (Galerias) encontram-se:
            A obra "Desvio para o Vermelho" 1948 de Cildo Meireles, que propõe um ambiente imaginário, onde todos os objetos estariam tingidos desta cor. Entre os objetos pode-se observar também pinturas doações dos amigos do artista, desdobramentos sob o tema proposto.  Entre essas, "Geometria Industrial" de Lucio Fontana 2006. O conceito é ampliado quando Cildo instala um tubo de tinta vermelha que derrama seu conteúdo no espaço.

           Adriana Varejão com a obra  "Linda do Rosário" 2004 , uma variação de pesquisa da artista sobre azulejaria, aponta para o enfoque social. Neste trabalho de reconstrução imaginária, a arquitetura se associa ao corpo humano, e a matéria torna-se carne. Foi inspirado no desabamento do Hotel Linda do Rosário, no RJ, cujas paredes azulejadas caíram sobre o casal.

          Cildo Meireles apresenta "Através", instalação de técnica mista, na qual se pode penetrar, caminhar sobre cacos de vidros estilhaçados, contornar ou transpor limites que são normalmente encontrados no cotidiano, como barreiras impostas à circulação e à vida. Os obstáculos são cortinas, treliças, grades, cercas, arame farpado, cortinas de plástico, etc.

             De Jarbas Lopes o "Troca-troca" 2002 reencontra o "ready-made" na forma do antigo fusquinha com roupagem multicolorida, que sugere a possibilidade de novos trajetos e experimentações visuais.

          De Lygia Pape "Ttéia" 1C 2002 é uma instalação de fios metálicos, que partem do solo ao teto, num desdobramento de figuras geométricas em três dimensões.  O jogo de luz e sombra possibilita a nitidez e eventual dissipação das formas  no espaço.

                 A "Cosmococa" de Héio Oiticica proporciona um retorno aos anos 70, e convida à participação do público.

          As instalações de Tunga, por terem significado altamente simbólico, merecem estudo específico, e melhor serem apreciadas com guias locais.

         
           Ainda pode-se ver (ouvir) as Instalações Sonoras de Janet Cardiff, como o coro da Catedral de Salisbury.
                 
                O Jardim Mexicano com diversos tipos de cactus é de beleza sem igual, e no caminho pode-se contemplar espécies de surpreendentes formas e variadas cores.

                  Vale a pena conhecer

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Para ouvir "Sons de passarinhos do Brasil" acessar Youtube por Pedro Campelo




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