quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Arte na Infância

          O momento em que a criança se dispõe a criar - quer se trate de um desenho, modelagem, colagem, quando e está dançando ou cantando -  é muito especial.
          Ela deve ser estimulada corretamente a fim de que sua sensibilidade desabroche com liberdade para que no futuro possa vir a ser um adulto criativo, pessoa capaz de encontrar soluções originais e inteligentes em suas profissões.
          A criança tem o direito de ser feliz.
          E  há práticas de pais, familiares, educadores , e até recreadores de shoppings que auxiliam, mas às vezes prejudicam muito o desenvolvimento das crianças.
          Os pais nunca devem deixar que seus filhos participem de concursos de desenhos e poesias. Isso é extremante prejudicial.
          A criança, quando faz o trabalho artístico, nele projeta o seu físico e também o espiritual. Ela dá o melhor de si. E o melhor não deve, não pode ser comparado em arte, cujos critérios estéticos variam em épocas e lugares diferentes, suscitam múltiplas interpretações.
         A atividade artística da criança deve ser sobretudo lúdica, que dê alegria e prazer na descoberta das formas, dos gestos, dos materiais em transformação. A própria atividade deve ser o objetivo e nunca, jamais, a competição, a comparação com os outros, a avaliação em termos de "bem feito" "mal feito".
         Nunca se deve "ajudar" a criança a desenhar, pegando na mão dela, e consertando aqui e ali o que nos parece estranho.  Isso é uma afronta à liberdade de criar.
         Nos primeiros três anos da infância a criança faz garatujas, e desenhando fala coisas que imagina e as representa graficamente , apesar dos adultos não reconhecerem no tracejado o que está sendo relatado.  De cinco a doze anos, ela já consegue dominar o processo, de modo que já se pode identificar esta ou aquela figura. É um período delicado, em que a criatividade aflora livremente, por isso requer cuidados.
         Não se deve dar modelos a serem copiados, desenhos prontos para colorir, temas fechados.Colorir o desenho feito por outra pessoa limita a criatividade; é como dizer:"faça assim, isso é bom, isso é bonito", não permitindo que a criança expresse sua personalidade em formação com a devida liberdade.
        Mas quando trabalharem livremente seus próprios desenhos e pinturas, ao final, pode-se elogiar o resultado dizendo assim: " que cores bonitas você conseguiu, esse azul ficou bom, não é?". Mas não devemos perguntar: " isto é uma casa? uma pessoa? um bicho? "... porque as proporções e as cores podem estar muito distantes e diferentes do que julga o adulto com sua experiência de observação. São imagens de fantasia conectadas com o mundo interno imaginário , estruturado de modo afetivo, e pertencentes apenas à própria criança. E se  por acaso você interpretou uma coisa por outra, ela pode ficar decepcionada e triste, e isso inibe outras tentativas.
         Auxiliar a criança a observar o mundo ao redor, as cores das folhas que passam do  verde  ao alaranjado e marrom no outono, o som da chuva nas vidraças, a textura dos muros envelhecidos e descascados, o reflexo da luz nas poças d´água, o entardecer, o cheiro dos alimentos, o barulho das máquinas, o canto dos pássaros,  as roupas coloridas no varal, nomear tudo, descobrir detalhes, é a melhor forma de encontrar beleza e enriquecer a experiência infantil.

        Sair fotografando a cidade, os parques, as praias com suas barracas coloridas, o movimento das pessoas nas ruas e  reunir as fotos em pastas no computador.



        Ler bastante para as crianças demonstrando prazer com as aventuras dos personagens, e procurar no dicionário o significado das palavras que elas não compreenderem.
        Aos treze anos o diálogo (curiosidade- observação- compreensão- aproveitamento) faz-se espontaneamente, e se o jovem demonstra real interesse em continuar atividades artísticas, pode ser encaminhado às  escolas específicas, que irão aprofundar o conhecimento técnico.
       Antes disso, é contraproducente impor quaisquer limitações.


 

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