Sobre as descobertas artísticas, escreve E. H. Gombrich, no seu livro Arte e Ilusão ( ed. 2007): "A História da arte, (...), pode ser descrita como o ato de forjar chaves-mestras para abrir fechaduras misteriosas dos nossos sentidos, cuja chave original só a Natureza tinha. São fechaduras complexas, que apenas se deixam penetrar quando diversos parafusos ficam de prontidão e certo número de trincos são movidos simultaneamente. Como o arrombador que tenta abrir um cofre-forte, o artista não tem acesso direto ao mecanismo interno. Pode apenas apalpá-lo com seus dedos sensíveis, sondando um gancho aqui e ajustando outro ali, quando alguma coisa cede lá dentro. Naturalmente, uma vez aberta a porta e feita a chave, fica fácil repetir a proeza. Quem vier depois não precisa ter discernimento especial - basta-lhe a capacidade de copiar a chave mestra de seu predecessor".
Significa dizer que frequentemente os artistas estudam as obras uns dos outros, e assim transformam seus estilos, inventam outras possibilidades a partir da experiência bem sucedida de seus predecessores: os gregos aproveitaram a experiência dos egípcios, os romanos dos gregos, a arte medieval guardou herança da Antiguidade clássica, com simplificação do naturalismo e agregação de elementos da fé cristã. O Renascimento tornou-se uma estrutura que se deixou penetrar pela revisão, buscava reviver o antigo, e foi mais longe: fez descobertas como as leis da perspectiva, a profundidade, a sombra projetada, a representação dos objetos à distância, à luz natural do sol. O maneirismo, barroco e rococó acrescentaram outras invenções. Mas todas inspiravam-se de algum modo na "imitação da natureza".
Já os artistas modernistas vão pouco a pouco abandonando as representações naturalistas (onde o espectador entra pela "janela por onde se pode olhar a cena"), em busca de novas ilusões por onde se pode viajar, mas apenas com a vista, num espaço RASO. Dadaísmo, cubismo, fauvismo, surrealismo são movimentos que surgem quase ao mesmo tempo no rastro da modernidade.. Mais tarde, aparecem vários tipos de arte conceitual ( que trabalham a IDÉIA mais que a forma), e o desconstrutivismo.
Sobre arquitetura e estilo, escreve Viollet-le-Duc em L´Architecture Raisonée :
" O estilo é, na obra de arte, a manifestação de um ideal estabelecido sobre um princípio. O estilo pode alastrar-se como uma moda, há então o estilo absoluto e o estilo relativo. Estilo absoluto domina toda a concepção, o estilo relativo segue a destinação do objeto. Exemplo: um estilo que convém a uma igreja, não convém à casa, mas a casa pode deixar transparecer o estilo da igreja". Será então um estilo relativo. Do mesmo modo, se um estilista de moda inspirar-se na obra de um pintor.
Por conta disso, cada pessoa, por sua iniciativa, pode eleger um estilo para decorar sua casa, fazenda, consultório, escritório, etc. As obras de arte devem combinar com o estilo do lugar, e dependem do gosto de cada um.
Saber vestir-se adequadamente em diferentes horas do dia, e várias ocasiões demonstra bom senso, perspicácia e estilo. As roupas, acessórios e objetos pessoais revelam as personalidades. Mas o importante é não se perceber limitado pelas tendências da moda.
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