sábado, 15 de dezembro de 2012

Arte da paisagem e arte da terra

          Quando um artista trabalha diretamente na natureza, aproveitando a paisagem para fazer intervenções, diz -se tratar-se de  land art (arte da paisagem) ou earth art (arte da terra). O campo dessas intervenções pode ser: desertos, planícies, lagos, jardins, etc.
 
          O artista pode cavar depressões na face da terra e assim criar desenhos geométricos e figurativos  dos sulcos resultantes; pode também criar relevos com grandes pedras; abrir caminhos de água sobre o gelo; abrir labirintos e túneis numa plantação; construir cercas de bambus em forma de espirais; reunir grandes galhos, entremeá-los como um ninho e deitar-se sobre ele ( Nils-Udo. 1978);
 
          São intervenções locais que têm poéticas diferenciadas e remetem a um simbolismo de união ou relação com a natureza.
          Naturalmente o artista acompanha o desenrolar do projeto, que na prática é geralmente realizado por técnicos.
          Outros recursos para modificar a paisagem podem ser empregados: ligar montanhas ou envolver uma ponte com um nylon imenso e  árvores em redes (Christo):
 
          Placas de aço  que as pessoas encontram subitamente numa clareira, ou um espelho colocado num lugar estratégico para duplicar imagens, colocam o espectador no centro de uma articulação de espaços interiores e exteriores em torno de sua própria imagem deslocada na paisagem.
          Fotos de paisagens em diferentes horas do dia, com projeções de nuvens sobre a terra ou com o sol nascente são poéticas que retomam a perspectiva da paisagem de modo diferente.
          O penetrável "Magic Square" de Hélio Oiticica: são painéis retangulares coloridos e vazados, superpostos por uma espécie de cobertura translúcida, que interage com a natureza e projeta sombras coloridas de diferentes tonalidades  conforme a posição em que o sol se encontra. Também emoldura a paisagem de modo singular.


          O Nêgo, perto de Friburgo, esculpe num barranco personagens como sereias, animais, bebês e até um presépio. Na medida do possível, conserva as figuras plantando musgos e ervas sobre elas.
 
          Vik Muniz durante a Rio +20 colocou a paisagem dentro da paisagem no aterro do Flamengo: construiu a baía da Guanabara com desenhos, fita adesiva e o lixo trazido pelo público, que participou da obra. 
 
          Nas palavras de Joseph Beuys: " O homem deve retomar o contato com as coisas abaixo dele, animais, plantas e natureza, e as coisas acima dele, anjos e espíritos."
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          Por serem observadores de detalhes e minúcias, as crianças são excelentes agentes para trabalharem junto à natureza; recolhendo galhos retorcidos, folhas de diferentes formatos, frutos secos,  cascas de árvores e orelhas de pau, pedras roladas, conchas e outras preciosidades são capazes criar bons trabalhos com sucesso.
         
          

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