domingo, 9 de dezembro de 2012

Instalação

          A instalação é um trabalho de arte que leva em conta, utiliza e transforma o espaço em que é realizado. Pode ter significado simbólico ou não.
          Tunga faz a instalação " À luz de dois mundos", em que suspende sete caveiras de bronze numa espécie de estrutura equilibrada; e diz: "Essa peça é uma grande balança. É uma espécie de aparelho para absorver a contradição de um museu como o Louvre. Essa peça vê o museu como uma grande pilhagem". Há certo sentido de protesto.
          Ernesto Neto faz " Leviatã Thot" , instalação no Panthéon de Paris ( 2006). O monstro Leviatã é composto de malhas  (presas na cúpula e no teto) que tomam forma de corpo suspenso no espaço,  à medida que o peso das matérias inseridas nas malhas pendem para baixo. Thot, o deus egípcio escriba dos  deuses viria   para perturbar. Como o panteão é o lugar de descanso dos heróis franceses, a instalação tem grande  significado simbólico.
           Humberto e Fernando Campana constroem uma instalação com luminárias e esculturas de papelão ondulado; são tiras suspensas, unidas umas às outras que descem em cascatas e ondas até o chão. O jogo de luzes e sombras realça o relevo no espaço. Trabalham com sensações visuais e táteis, e não têm conotação simbólica.
          Richard Serra instala no museu Guggenheim de Bilbao "La Materia del Tempo" ( 1994-2005).A escultura de imensas placas verticais de metal permite que o público possa mover-se ao redor, explorar seu interior, e atravessá-la para descobrir caminhos, labirintos e  múltiplas perspectivas. Devido à evolução das formas, pode-se andar dentro de curvas, elipses e espirais, e ter a sensação de espaço em movimento.
          A vídeo- instalação explora problemas conceituais e estruturais relacionados com a imagem projetada no espaço. Fotografia, cinema e vídeos são os recursos usados para estabelecer a poética abordada em cada obra: imagens  duplicadas, construções fractais, linhas que nascem e desaparecem, presença e ausência de movimento, repertório formal oferecido pelas  mídias visuais.
         Um homem anda solitário pelas ruas da cidade, risca muros e paredes externas das casas, e pode ser tema de uma vídeo- instalação; outro homem foge sempre correndo sem que se saiba do que está fugindo, nem para onde ele vai; um jovem diante de uma parede foge de uma bolinha que é projetada em sua direção repetidas vezes; uma criança roda em círculos arrastando um saco pesado...são imagens reais em movimento repetido ou aleatório que remetem à solidão, ausência de significados nas ações,  instabilidade das grandes cidades.
          O artista da vídeo- instalação pode usar de outros recursos como projetar ondas do mar no chão e na parede, de forma a criar uma sincronia entre a proximidade do visitante e o afastamento das marés, de acordo com a estrutura automática do piso da instalação. Pode também criar falsas aberturas em paredes, construir estruturas acima ou abaixo do piso, interagir com imagens, cores, listras, sons, retratos,  textos gravados, etc. , a fim de movimentar emoções e instigar o observador.
          Mariko Mori, artista japonesa,  apresentou "Oneness" (2011) no CCBB, com vídeo- instalações de perfeita harmonia, beleza e sutilezas incomparáveis. Uniu o universo real e o simbólico, o conteúdo ancestral e a fantasia futurista. A exposição começa com a projeção da foto de  uma paisagem marítima  com ilhas paradisíacas e a praia  onde banhistas  estão ao lado de uma sereia. Prossegue com a performance em que a própria artista caracteriza-se como um ser espacial (extra-terrestre?) em que manipula uma bola de cristal que muda de cores e posições, expressão corporal de profundo mistério...



           A partir daí a exposição desdobra-se em imagens de sonhos onde a artista passa  por uma floresta com neblina, participa de  um ritual diante de uma cascata, manipula objetos instigantes.  Outra instalação permite que o público toque no coração de figuras  Termina com a  visita a uma nave espacial, onde o espectador tem experiências relativas a jogos visuais e sensoriais.
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          Crianças apreciam criar instalações e penetráveis desde o projeto até a execução em grupo. Primeiro o orientador deve estabelecer o espaço disponível: um corredor, uma varanda, o hall, o pátio, etc.  Em seguida acertar com as crianças o material que possuam em grande quantidade: sobras de uma gráfica, tiras plásticas, lã, cordas, retalhos , embalagens, vime, galhos retorcidos, etc. Em seguida discutir a forma que darão à instalação, se for suspensa, como  pendurar a estrutura, e mãos à obra. Possíveis significados poderão surgir  no decorrer do trabalho.

         

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